Ao longo dos anos, as aranhas teceram um véu em torno dela...
("Coisa" que eu escrevi há uns 3 ou 4 anos atrás... não lembro o motivo de ter escrito, mas deu vontade de transcrever pra cá...)
Ela não via o tempo passar, em seu torpor induzido... Naquela cama, parecia com a Bela Adormecida. Mas para ela não haviam nem bruxas, nem fadas... Apenas médicos. E eles haviam sumido. Todos haviam sumido.
Príncipe Encantado? Nem um feio ogro estaria por ali... Depois da catástrofe pouco ou nada sobrara... Mas ela não sabia de nada disso, em seu sono profundo... Como ela se mantinha viva? De onde tirava forças? Era justamente por isso que havia sido internada ali...
Ela era o mistério que ninguém conseguira resolver... Intocada em seu leito, ela sonhava... Eram sonhos brandos, às vezes... Outras, envolviam caçadas sombrias, por florestas distantes.. Ela era uma arqueira que deveria caçar um cervo... (tão comum isso) No entanto, quando estava próxima de conseguir, o animal sumia e o sonho mudava de paisagem...
Fora das janelas do quarto que ela não podia contemplar, existia apenas deserto de prédios abandonados e eram poucas as pessoas que passaram por ali ao longo dos últimos anos... Nenhum deles teve a curiosidade de entrar no antigo hospital...
Enquanto isso, as aranhas teciam o véu diáfano daquela jovem doce de cabelos escuros e encaracolados, de expressão tão calma... As aranhas eram suas companheiras e o seriam para sempre... E enquanto isso, as aranhas trabalhavam...
("Coisa" que eu escrevi há uns 3 ou 4 anos atrás... não lembro o motivo de ter escrito, mas deu vontade de transcrever pra cá...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
dizaê...